sábado, 26 de outubro de 2013

DRENAGEM LINFÁTICA EM LINFEDEMAS- MASTECTOMIA


“A Drenagem Linfática, quando iniciada precocemente, desempenha um importante papel na busca da prevenção das complicações advindas do tratamento do câncer da mama, favorecendo o retorno às atividades de vida diária, e melhor qualidade de vida. A Drenagem Linfática deve ser realizado em todas as fases do câncer da mama: pré-tratamento (diagnóstico e avaliação); durante o tratamento (quimioterapia, radioterapia, cirurgia, e hormônioterapia); após o tratamento (período de seguimento); na recorrência da doença e nos cuidados paliativos. Em cada uma dessas fases, é necessário conhecer e identificar as necessidades do paciente, os sintomas e suas causas, e o impacto desses nas atividades de vida diária. A conduta fisioterapêutica deve, então, ser traçada através de orientações domiciliares e tratamentos específico.”Linfoterapeuta e acadêmica de fisioterapia- Letícia Lyra Papini

O câncer de mama feminino é uma patologia que, para a mulher, além do estigma, se traduz em muito sofrimento psicofísico e em uma cirurgia mutiladora de um órgão que simboliza feminilidade, sexualidade e maternidade. Com a evolução dos métodos de detecção precoce, os tumores passaram a ser descobertos em estadiamentos menores, favorecendo o tratamento e aumentando a sobrevida da paciente, tornando-se necessária a busca de abordagens cirúrgicas menos extensas e a oferta de reabilitação estética, física e psicológica.

O linfedema é um quadro patológico crônico e progressivo, resultante de uma anomalia ou dano para o sistema linfático, gerando déficit no equilíbrio das trocas de líquidos no interstício, desconfortos, dores, aumento do risco de infecções, diminuição da amplitude de movimento, alterações sensitivas e problemas com a imagem corporal, podendo levar a complicações como a celulite e, muito raramente, o linfangiossarcoma. Existem três fases do linfedema: fase I: apresenta-se com sulcos e é considerada reversível. À medida que o edema progride, torna-se forte, fibrótico, sem sulcos e irreversível (fase II). Na fase III, o que raramente ocorre após tratamentos contra o câncer de mama, o endurecimento cartilaginoso ocorre, com consequências papilomatosas e com a hiperqueratose da pele.

A incidência do linfedema nas pacientes pós-mastectomizadas ocorre em 20% a 30% com uma taxa de prevalência de 15% a 30%. Os fatores de risco relacionados à sua instalação são: extensão da dissecção axilar do nódulo; radioterapia na axila e na fossa supraclavicular; quimioterapia; estadiamento avançado no momento do diagnóstico; diminuição da amplitude de movimento doombro; obesidade; idade avançada; atraso no fechamento da ferida; infecções pós-operatórias; e recorrência de câncer nos gânglios linfáticos axilares. O linfedema pode aparecer em qualquer época após a cirurgia, desde o pós-operatório imediato até alguns anos depois.

Atualmente, as mulheres com câncer de mama têm probabilidade de 77% de sobrevivência de pelo menos 10 anos. Consequentemente, a prevenção e a gestão eficaz das complicações que podem comprometer a função e afetar a qualidade de vida após o tratamento são importantes.
A fisioterapia atua sobre os trajetos dos vasos linfáticos, promovendo a reabsorção e a condução do acúmulo de líquido da área edemaciada, para as áreas normais, e incentivando o desenvolvimento das vias colaterais de drenagem, a fim de controlar a expansão a longo prazo.

Site: www.leticialyrapapini.com