“A Drenagem Linfática, quando iniciada precocemente, desempenha um
importante papel na busca da prevenção das complicações advindas do tratamento
do câncer da mama, favorecendo o retorno às atividades de vida diária, e melhor
qualidade de vida. A Drenagem Linfática deve ser realizado em todas as fases do
câncer da mama: pré-tratamento (diagnóstico e avaliação); durante o tratamento
(quimioterapia, radioterapia, cirurgia, e hormônioterapia); após o tratamento
(período de seguimento); na recorrência da doença e nos cuidados paliativos. Em
cada uma dessas fases, é necessário conhecer e identificar as necessidades do
paciente, os sintomas e suas causas, e o impacto desses nas atividades de vida
diária. A conduta fisioterapêutica deve, então, ser traçada através de
orientações domiciliares e tratamentos específico.”Linfoterapeuta e acadêmica de
fisioterapia- Letícia Lyra Papini
O câncer de mama feminino é uma patologia que, para a mulher, além
do estigma, se traduz em muito sofrimento psicofísico e em uma cirurgia
mutiladora de um órgão que simboliza feminilidade, sexualidade e maternidade.
Com a evolução dos métodos de detecção precoce, os tumores passaram a ser
descobertos em estadiamentos menores, favorecendo o tratamento e aumentando a
sobrevida da paciente, tornando-se necessária a busca de abordagens cirúrgicas
menos extensas e a oferta de reabilitação estética, física e psicológica.
O linfedema é um quadro patológico crônico e progressivo,
resultante de uma anomalia ou dano para o sistema linfático, gerando déficit no
equilíbrio das trocas de líquidos no interstício, desconfortos, dores, aumento
do risco de infecções, diminuição da amplitude de movimento, alterações
sensitivas e problemas com a imagem corporal, podendo levar a complicações como
a celulite e, muito raramente, o linfangiossarcoma. Existem três fases do
linfedema: fase I: apresenta-se com sulcos e é considerada reversível. À medida
que o edema progride, torna-se forte, fibrótico, sem sulcos e irreversível
(fase II). Na fase III, o que raramente ocorre após tratamentos contra o câncer
de mama, o endurecimento cartilaginoso ocorre, com consequências papilomatosas
e com a hiperqueratose da pele.
A incidência do linfedema nas pacientes pós-mastectomizadas ocorre
em 20% a 30% com uma taxa de prevalência de 15% a 30%. Os fatores de risco
relacionados à sua instalação são: extensão da dissecção axilar do nódulo;
radioterapia na axila e na fossa supraclavicular; quimioterapia; estadiamento
avançado no momento do diagnóstico; diminuição da amplitude de movimento
doombro; obesidade; idade avançada; atraso no fechamento da ferida; infecções
pós-operatórias; e recorrência de câncer nos gânglios linfáticos axilares. O
linfedema pode aparecer em qualquer época após a cirurgia, desde o
pós-operatório imediato até alguns anos depois.
Atualmente, as mulheres com câncer de mama têm probabilidade de
77% de sobrevivência de pelo menos 10 anos. Consequentemente, a prevenção e a
gestão eficaz das complicações que podem comprometer a função e afetar a
qualidade de vida após o tratamento são importantes.
A fisioterapia atua
sobre os trajetos dos vasos linfáticos, promovendo a reabsorção e a condução do
acúmulo de líquido da área edemaciada, para as áreas normais, e incentivando o
desenvolvimento das vias colaterais de drenagem, a fim de controlar a expansão
a longo prazo. Site: www.leticialyrapapini.com
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